quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Descoberta Neurotoxina em Águas Portuguesas

 

imageNuma investigação levada a cabo por uma equipa do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, foi descoberta nas águas portuguesas, uma quantidade significativa de neurotoxinas BMAA – substância associada a doenças neurodegenerativas como a Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença progressiva e fatal, para a qual ainda não existe cura. Foi desta mesma doença que padeceu o cantor Zeca Afonso sendo a mesma também diagnosticada ao cientista Stephen Hawking.

Já num estudo anterior, a neurotoxina BMAA foi detetada em cianobactérias isoladas, a partir de estuários do Norte de Portugal, respetivamente no Minho, Vouga e Douro. Os resultados obtidos conduziram a um novo trabalho com o intuito de estudar o potencial de bioacumulação em bivalves marinhos, no sentido de avaliar o risco de consumo de moluscos contaminados para a saúde humana e a necessidade de monitorização destas substâncias.

Os investigadores anunciaram que os moluscos que consumimos estão a ser monitorizados para as toxinas atualmente regulamentadas, para além de outros tipos de análises, podendo também a BMAA poder vir a ser obrigatoriamente vigiada, de acordo com o seu grau de incidência e o limite ao qual podemos estar expostos. Deste modo, podemos estar na iminência de uma nova legislação.

Segundo avançaram os investigadores ainda não há motivos para alarme, contudo os estudos devem prosseguir para se atingir um maior conhecimento acerca dos riscos associados.

Atualmente em Portugal existem três tipos de toxinas marinhas regulamentadas e analisadas (PSP, DSP e ASP), contudo continuamos sujeitos à emergência de novas substâncias, representando o contributo da investigação um papel fundamental em relação à saúde pública. Na realidade, a investigação permite aproximar o conhecimento científico da tomada de decisão e por conseguinte da intervenção em saúde em tempo útil. Deste modo é importante que se continue a apoiar e a investir, quer na vigilância, quer na investigação, pois é bem mais dispendiosa uma população doente do que uma população saudável.

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