sábado, 28 de julho de 2012

QUALIDADE DO AR INTERIOR EM CRECHES E INFANTÁRIOS

“O ambiente da residência desempenha um papel importante no desenvolvimento saudável da criança.”

Directrizes para uma Habitação Saudável, 1990

 

Segundo o primeiro comité de peritos da Organização Mundial de Saúde em aspetos de saúde pública da habitação e saúde, é estabelecida uma forte relação entre o ambiente e a habitação uma vez que o ambiente residencial é constituído por bastantes elementos suscetíveis de provocar efeitos prejudiciais na saúde dos seus ocupantes. Estes peritos estabeleceram uma associação positiva ou negativa entre habitação e saúde, ou seja, uma habitação de má qualidade correlaciona-se com uma saúde de menor qualidade e vice-versa.

Por forma a desenvolver o conhecimento sobre a qualidade do ar interior (QAI) nas escolas e a sua influência na saúde das crianças, um grupo de médicos, engenheiros e especialistas em qualidade do ar interior reuniram-se, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas Universidade Nova de Lisboa, o INSA, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), dando origem ao Projeto Ambiente e Saúde em Creches e Infantários (ENVIRH). O seu principal objetivo é analisar a relação entre “as características construtivas do edificado, a qualidade do ar no interior (QAI) e a saúde das crianças que frequentam instituições de ensino pré-escolar em Lisboa e no Porto”. Desta forma pretende-se contribuir para a criação de espaços mais saudáveis e por sua vez para a melhoria da qualidade de vida das crianças.

Apesar do estudo ainda se encontrar em fase tratamento estatístico de resultados, já foi possível estabelecerem-se algumas conclusões.

A avaliação feita por médicos, engenheiros e peritos ambientais em 19 creches e infantários concluiu que a renovação do ar destes estabelecimentos é insuficiente, tendo em conta o número de ocupantes e as fontes de contaminação no local. Concomitantemente foram também encontradas algumas relações entre as características do edificado e o ambiente interior, e entre parâmetros da qualidade do ar interior e a saúde das crianças.

Do estudo realizado já foi possível concluir que um dos problemas detetados relaciona-se com a elevada densidade de ocupação humana, associada a más práticas de ventilação, que por sua vez facilita a acumulação de poluentes no ar com origem nos ocupantes, nos materiais de construção ou decoração e nas atividades desenvolvidas.

Ao fim ao cabo, a principal preocupação centra-se no agravamento do estado de saúde respiratório das crianças, nomeadamente em grupos suscetíveis como os asmáticos.

Para mais informações consulte o Website do Projeto Ambiente e Saúde em Creches e Infantários (ENVIRH)

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