sábado, 15 de janeiro de 2011

Semana VII

Durante esta semana continuei a aprofundar conhecimentos na temática de qualificação de fornecedores. Irei focar-me apenas numa das que foi realizada, pois consegue demonstrar um quadro comum a todas as outras.
A auditoria de qualificação de fornecedor foi solicitada à SGS por um hipermercado, sendo o fornecedor alvo da auditoria uma fábrica de pescado ultracongelado, que não sabia de antemão que iria ser auditado, tal situação pode por vezes ser inconveniente, mas neste caso, a inconveniência não se verificou.
As empresas da distribuição alimentar, de venda a grosso e a retalho, têm desenvolvido, um esforço de vigilância e selecção baseadas nas imposições legais. Verifica-se até com alguma frequência o acordo de outros requisitos que excedem o legalmente imposto, respectivamente requisitos que o cliente impõe, aos quais o fornecedor se vê “obrigado” a cumprir por forma a manter esse cliente (hipermercado). Estes requisitos abarcam para além das questões de segurança alimentar outros, de natureza qualitativa do produto.
A título de exemplo, quando o cliente (hipermercado) solicita na auditoria que seja verificado, a integridade da vidragem do pescado, metodologia de pesagem (peso liquido/peso escorrido), manchas de desidratação ou colorações anormais para espécie, tratamento/resolução de reclamações, estamos a indicar parâmetros de qualidade que vão para além dos requisitos básicos da segurança alimentar.
Gostaria de referir que as AQF’s diferem em parte das auditorias de segurança alimentar que tenho vindo a realizar. Nas AQF´s é ainda realizado um minucioso controlo documental dos processos, onde o fornecedor tem de evidenciar a definição e a prova de implementação dos procedimentos. O manual de segurança alimentar é analisado detalhadamente, é avaliada a metodologia utilizada, e os registos devem ser evidenciados.
Paralelamente a este trabalho é testado o sistema de rastreabilidade da fábrica, para tal, é dada a indicação do lote de um produto em loja ao fornecedor e avaliamos a rastreabilidade a montante, que consiste na capacidade do fornecedor compilar  a informação referente ao percurso do produto desde o produtor até ao fornecedor, ratreabilidade das matérias-primas recepcionadas, capacidade do fornecedor identificar a relação entre os produtos recebidos e os produzidos e a rastreabilidade a jusante, que consiste na identificação dos lotes de produto acabado e o seu destino final.
Na realidade, a implementação e desenvolvimento destes sistemas de rastreabilidade,  tem a capacidade de poder proporcionar dados de rastreabilidade importantes em muitos casos, materializando-se numa ferramenta fundamental nos dias de hoje para atingir os objectivos de segurança e qualidade pretendidos. Esta importância aumenta exponencialmente quando associada a termos globais e num mercado global.
Por outro lado e considerando a minha curta experiência, penso que já tenha conseguido detectar algumas dificuldades na implementação da qualificação de fornecedores, nomeadamente:
- Receio por parte dos fornecedores de que o programa estabelecido, pelo cliente, oculte segundas intenções, isto é, a possibilidade do cliente (hipermercado) estabelecer trocas comerciais directamente com o fornecedor primário em vez de continuar com o fornecedor (fábrica de pescado ultracongelado) como intermediário.
- Dificuldade das pequenas e médias empresas conseguirem atingir os mesmos níveis de exigência a que são submetidas pelos seus clientes, junto aos seus fornecedores.
- Imposição de exigências pouco adequadas pelo cliente, pelo desconhecimento do produto e do processo de produção dos fornecedores.

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