quarta-feira, 20 de abril de 2011

Segurança Alimentar em Feiras e Eventos Temporários

Feira_Durante a semana que passou, surgiu um desafio para mim muito aliciante e apetitoso! A essência deste desafio fixou-se em estimular e promover uma política de segurança alimentar em feiras/eventos temporários onde são comercializados géneros alimentícios.
As feiras são comuns em todo o mundo, tendo sido desenvolvidas com o objectivo de permitir ao produtor rural oferecer ao consumidor os produtos da sua actividade. Na maioria das vezes, as feiras realizam-se em praças, vias públicas e recintos para eventos, tornando-se por isso num ponto activo de intercâmbio comercial.
 
Logicamente que este tipo de comércio, pelas características que lhe são inerentes, pode acarretar riscos à saúde da população, já que os produtos comercializados podem ser facilmente contaminados por microrganismos patogénicos. Destes riscos destacam-se as condições pouco adequadas do local onde são preparados os alimentos e também a falta de conhecimento de boas práticas de higiene e fabrico. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os problemas de saúde pública mais comummente encontrados neste tipo de comércio são:
final- Inadequadas infra-estruturas e serviços básicos, como o abastecimento de água potável  e o a cesso a instalações sanitárias próprias;
- Desconhecimento das medidas  básicas de segurança e higiene alimentar.

Por outro lado, dados da OMS revelaram que 26% das causas de contaminação dos alimentos estão relacionadas com os manipuladores, sendo identificada ummania relação directa entre as inadequadas praticas de higiene pessoal e a ocorrência de doenças de origem alimentar. (Good Worker Health and Hygiene Practices, 2007
Posto tudo isto e partindo do princípio que as infra-estruturas podem muitas vezes não corresponder ao ideal em termos de segurança alimentar, o nosso grande objectivo é acompanhar in loco a instalação destes comerciantes, ou seja, avaliar as condições higio-sanitárias dos espaços antes do evento iniciar e posteriormente, durante a laboração.
Além dos cuidados de higiene dos alimentos, dos utensílios e equipamentos, é igualmente importante focar a importância da higiene do espaço onde são preparados e distribuídos os géneros alimentícios, pois o resultado final do produto irá depender da integridade e segurança desta cadeia. Apesar de sabermos à partida que nem sempre é possível ter um local perfeito para prestar estes “serviços-móveis”, tal situação não deve ser motivo para baixar os braços, pois acreditamos que as adaptações são possíveis, e que estas podem melhorar a organização dos espaços ao ponto destes permitirem o desenvolvimento de um excelente trabalho, sem riscos para o produto.

food-safety Deste modo, criámos um Guia de Boas Práticas de Higiene e Segurança Alimentar para este tipo de eventos, o qual será entregue a cada operador, no momento da vistoria. No decorrer da mesma, pretende-se fazer uma breve exposição do guia de acordo com as não conformidades encontradas. A realização destas vistorias, tem como objectivo optimizar a performance de cada estabelecimento, analisando cada caso particularmente. Encontramo-nos de facto mais focados no âmbito educativo e não na vertente fiscalizadora, pois defendemos que uma das melhores formas para assegurar a qualidade e segurança alimentar são a formação e a prática dos manipuladores e não a penalização.

Devido ao reduzido tempo do evento, pretende-se no terreno, evitar situações de risco e garantir que as condições de higiene e segurança alimentar sejam alcançadas com distinção por todos, mesmo considerando os aspectos mais difíceis de alterar, tentaremos arranjar soluções exequíveis!

E porque valorizamos o conhecimento de todos os profissionais desta área e o seu empenho, é nosso intento premiar aqueles que com responsabilidade e esforço mantiveram e respeitaram, desde o início, todos os requisitos com mérito.

Neste momento, encontramo-nos a desenvolver e a planear meticulosamente a nossa intervenção, sendo pertinente focar que esta é uma iniciativa que será desenvolvida pela Unidade de Saúde Pública em parceria com a Câmara Municipal e implementada por quatro alunos estagiários de I Curso de Saúde Ambiental de Beja!

Aquando da realização deste projecto, divulgarei as peripécias e a avaliação desta intervenção. Por motivos de confidencialidade, não serão identificados os locais e o evento a que se refere esta intervenção.

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