sábado, 30 de abril de 2011

Comunidade, Autarquias e Saúde- Conclusões dos Workshops


De uma forma muito resumida partilharei de seguida as conclusões mais importantes, resultantes dos workshops dinamizados na tarde do primeiro dia deste evento.

 
 
Workshop 1
 
Como reforçar o trabalho dos cuidados de saúde primários e das autarquias para a obtenção de ganhos em saúde?
 
No final deste workshop foram retiradas as seguintes conclusões:
  • Identificou-se o Conselho Local de Acção Social como sendo a estrutura dinamizadora da rede social;
  • Necessidade de encontrar a intersecção (a intersecção do diagnóstico social e profissional, com a avaliação das políticas e dos recursos existentes, permitir-nos-á encontrar os pontos de acção para a acção conjunta);
  • Pouca participação e envolvimento da comunidade;
  • Importância do papel do conselho na comunidade:
      • Representatividade comunitária social;
      •  Relevância das competências na tomada de decisão.
É por isso fundamental ir ao encontro das diferentes linguagens, afinar os objectivos em comum, fundir as expectativas de todas as partes interessadas numa atitude de pensar, questionar, ouvir, partilhar, agir em parceria, capacitar, avaliar e repensar!
 
Outro aspecto que foi focado no decorrer deste workshop foi a concertação das autarquias e os cuidados de saúde primários, tendo sido identificado como essenciais os seguintes aspectos:
  • envolver a comunidade como agente activo (empowerment),
  • partilhar de resultados,
  • conhecimento dos ingredientes chave para o sucesso dos projectos com impacto positivo na comunidade e conhecer factores de insucesso.
Ao fim ao cabo o papel da autarquia na saúde pública é estabelecer uma relação institucional entre o poder local e a saúde, valorizando o que já é feito. Sendo portanto extremamente importante, conseguir medir os ganhos em saúde e reconhecer a saúde “escondida”, isto é, acções de saúde que são levadas a cabo, mas não são identificadas como tal. Conseguir reconhecer a importância da transversalidade entre a saúde e o ambiente, uma vez que continuamos a tentar segmentar os diferentes problemas quando eles se interligam. Para que tudo isto seja possível, será também importante conseguirmos trabalhar nas diferentes escalas, pois para além do desafio de transformar a pirâmide em rede, revela-se hoje também necessário ter consciência da importância do cruzamento entre as diferentes redes. 
 
Na minha opinião, a grande revelação deste workshop relacionou-se com o facto de ter sido considerado importante o desenvolvimento de um inventário de boas práticas, isto é perceber e conhecer os ingredientes que fizeram ou fazem parte de um sucesso, para que estes possam ser utilizados por outros, basicamente encontramo-nos perante uma estratégia de benchmarking aplicada à área da saúde.


Workshop 2
Sem Título
 







Melhor informação, melhor decisão, melhor saúde: como se articulam e cooperam as diferentes partes interessadas dos níveis nacional, regional e local, para uma melhor observação e planeamento em saúde?  
 
As conclusões apresentadas, decorrentes deste workshop foram as seguintes: 
 
As leis orgânicas dificultam a clarificação dos respectivos papéis, quer ao nível local como regional, deste modo concluiu-se que seria importante:
                       a. Criar um grupo estratégico nacional que defina uma estratégia única;
                       b. Definir quais as necessidades de informação a cada nível,
                       c. Definir e consensualizar termos e conceitos.
Foi também reforçada a necessidade de harmonizar e articular os diferentes níveis, percebendo-se que será de extrema importância saber quem faz o quê. Deste modo, foi estabelecido um compromisso pela Direcção Geral de Saúde na melhoria da qualidade de informação em saúde, pela Administração Central do Sistema de Saúde, na inclusão de indicadores de morbilidade dos utilizadores ao nível dos cuidados de saúde primários e pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge na disponibilização de instrumentos e métodos de avaliação em saúde.
“A verdadeira criatividade e perícia não esta apenas
na disponibilização da informação mas na sua utilização!”
Dr. Harry Burns
 

Workshop 3
 
Pense global, actue local: como coordenar melhor o governo nacional, regional e local para conseguir intervenções locais com melhor desempenho?  
 
think_global_act_localDepois deste workshop percebeu-se que era necessário:
  • Atribuir ao cidadão maior participação activa, poder de decisão, cooperação e avaliação.
  • Trabalhar para uma verdadeira parceria no sistema de saúde.
  • A promoção da cidadania em saúde reforça-se principalmente através do envolvimento público dos jovens, numa dinâmica que integra a produção e partilha de informação e conhecimento. (literacia em saúde).
  • Uma nova cultura de saúde capaz de:
      • Envolver e fomentar a confiança, minimizar as relações assimétricas de poder;
      • Mudar atitudes e comportamentos dos profissionais e cidadãos, promovendo maior autonomia, mais responsabilidade e partilha de competências.

Workshop 4
 
Fazer melhor com o que se tem: como analisar e avaliar as politicas e as estratégias nacionais regionais e locais para a redução das desigualdades em saúde?
  universo
De uma forma geral, a mensagem que reti relacionou-se como facto das autarquias deverem investir no desenvolvimento da saúde, aumentando o capital social, diminuindo a exclusão social, as desigualdades na saúde, promovendo o desenvolvimento socioeconómico, entre outros. Deste modo, é necessário desenvolver um modelo de intervenção local, onde sejam definidos caminhos comuns. Neste âmbito foi focada a rede europeia de cidades saudáveis e a rede social, uma vez que ambas efectuam um trabalho em comum com enfoque em determinantes sociais.
 
O desenvolvimento da rede cidades saudáveis, liderada pelas autarquias, veio incrementar vários projectos locais de promoção da saúde urbana portuguesa. A ambiência foi um factor presente neste projectos no sentido criar ou desenvolver espaços promotores de saúde.

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