Gradualmente tem vindo a aumentar a importância, na nossa sociedade, de assegurar a qualidade da água para consumo humano quer pela sua influência na saúde quer pela necessidade de salvaguardar e promover a sua utilização de uma forma sustentável.
Na realidade, o desenvolvimento e expansão das sociedades actuais exigem cada vez mais uma maior necessidade de água. Esta necessidade torna mais complexo e dispendioso o seu fornecimento em quantidade e qualidade. De facto um dos principais problemas que surgiram neste século é a crescente contaminação da água, de tal maneira que na maioria das vezes já não podemos consumi-la no seu estado natural.
Fonte: EPAL
Para fazer frente a esta situação, a vigilância em saúde ambiental, consiste num conjunto de acções adoptadas continuamente para garantir que a água consumida pela população seja própria para consumo.
Segundo o Decreto Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto, que estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, é da responsabilidade da autoridade de saúde assegurar a vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano, fornecida pelas entidades gestoras, devendo simultaneamente avaliar o risco para a saúde humana da qualidade da água destinada ao consumo humano.
O grande objectivo deste diploma consiste ao fim ao cabo em proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação da água e assegurar o seu fornecimento de uma forma salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição.
O Programa de Vigilância Sanitária de Água para Consumo Humano (ACH) desenvolve-se segundo 3 vertentes:
Higio-sanitária e Tecnológica – Acções de avaliação das condições de higiene e segurança a nível das instalações e do funcionamento e a análise das medidas de gestão e manutenção da qualidade da água e dos equipamentos
Analítica – Realização de análises complementares ao Programa de Controlo da Qualidade da Agua (PCQA) e de outras acções necessárias para a avaliação da qualidade da água para consumo humano.
Envolve:
- a colheita de amostras para análise (microbiológica, físico-química ou outras)
- a verificação do cumprimento do programa de controlo da qualidade da água distribuída.
Epidemiológica – Permite a comparação e interpretação da informação obtida através dos programas, com recurso a dados de caracterização do estado de saúde dos consumidores, sendo a necessidade e a definição destes estudos da competência das autoridades de saúde de acordo com cada realidade local.
Acções de Vigilância Sanitária (VS) e Articulação com a Entidade Gestora (EG)
*VP- Valores paramétricos *PCQA- Programa de Controlo da Qualidade da Agua
*AS- Autoridade de Saúde
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- Risco imediato ou a curto prazo: geralmente associado à contaminação microbiana e portanto os seus efeitos costumam ser imediatos.
- Risco a médio ou longo prazo: associado ao consumo regular e contínuo de água contaminada por compostos químicos, e portanto tem um efeito cumulativo no organismo, não sendo os seus efeitos visíveis no curto prazo.
Posto isto, parece-me que associada a esta realidade está a percepção de risco de cada um, que se prende com a estimativa subjectiva do risco entre situações de efeitos retardados e imediatos, ou seja de um modo geral, as pessoas que não “vêem” ou sentem os efeitos do consumo de água contaminada não percebem este risco como sendo real.
É fundamental que continuemos a reunir os nossos esforços no sentido de informar e formar a população para estas questões, pois todos sabemos que a mudança de comportamento não é tarefa fácil e exige dos profissionais envolvidos nestas questões o desenvolvimento de acções integradas, direccionadas e bem estruturadas!
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