domingo, 5 de dezembro de 2010

3. Auditoria a um hipermercado

Tal como havia prometido anteriormente, após uma segunda auditoria a um hipermercado do mesmo grupo comercial, ou seja, sujeito à mesma política de segurança alimentar, já consegui identificar mais claramente alguns pontos que influenciam a sua performance.
Antes demais gostaria de focar que quer a restauração colectiva quer a indústria agro-alimentar tem sido alvo de uma revolução ao nível de procedimentos adoptados até ao presente e daí resultam também algumas das dificuldades no cumprimento da regulamentação!

DIFICULDADES NO CUMPRIMENTO DA REGULAMENTAÇÃO

As grandes dificuldades encontradas no terreno prendem-se basicamente com:
  • As condições estruturais e de equipamentos são factores difíceis de mudar chegando a ser em alguns casos mesmo impossíveis;
  • A acumulação de funções ou pouco tempo de contacto do(a) responsável pela segurança e qualidade alimentar no local, impede o seu acompanhamento permanente. A sua atenção acaba por ser desviada para outros assuntos dificultando a criação de rotinas nos trabalhadores.
  • A rotatividade dos colaboradores/funcionários é muito frequente, não permite que seja criada uma equipa que vá recebendo formação e evoluindo na área. Para além disso existe ainda outra barreira que se prende com a dificuldade em alterar alguns hábitos e comportamentos já enraizados nos trabalhadores;
  • Muitas vezes não se encontram definidas acções a implementar na sequência de desvios e/ou oportunidades de melhoria detectadas nas auditorias, mesmo quando se é dada a oportunidade para o fazer de uma forma facilitada;
Importa então aqui referir a importância do comprometimento e envolvimento da gestão de topo no processo de análise dos dados gerados pelo sistema, pois estes representam peças fundamentais na definição da estratégia, na definição e redefinição de objectivos, bem como na tomada de decisão de acções de melhoria relacionadas com aspectos que podem ter impacto em termos de segurança alimentar.
imageNa realidade verifica-se, que o impacto da crise, que o país se encontra a viver, estende-se também à forma como são definidas as prioridades e organizadas as empresas. Verifiquei também que muitas vezes não se trata de um “não querer fazer”, mas sim de, na maioria das vezes, não ter condições para o fazer! Tudo passa, muito em parte, por conseguir implementar um sistema de gestão que consiga conciliar todos estes aspectos, mesmo com todas as dificuldades financeiras, pois nunca é demais relembrar que, prevenir é uma forma de poupar e faz enriquecer!

Sem comentários:

Enviar um comentário